Freguesia de São Sebastião
São Sebastião Freguesia Acolhedora
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O núcleo populacional que deu origem à paróquia e freguesia de S. Sebastião surgiu, logo depois de 1450, à beira mar, no sítio do velho cais, onde hoje se situam as portas da cidade. Com o tempo, a povoação foi-se desenvolvendo, sobretudo para o norte, na direcção da Arquinha e de Sant’Ana.
No sul, mesmo no centro e na baixa, estava o grosso do comércio, os serviços públicos e algumas casas senhoriais; a norte, situavam-se as grandes propriedades agrícolas onde também residiam os senhores nobres e poderosos.
Na freguesia de São Sebastião, graças à sua privilegiada topografia e localização – plana e no eixo da cidade – estavam as “riquezas e comunicações de todo o trato e contratos de toda a ilha” (“Saudades da Terra”, Livro IV, Vol. II, pág. 12).
Parte integrante da cidade de Ponta Delgada, como as freguesias de S. Pedro, S. José e Sta. Clara, a freguesia de S. Sebastião confronta a norte com a de Arrifes; a sul, com o mar; e a este e oeste, com as de S. Pedro e S. José, respectivamente. Ocupa uma área de 3,2 quilómetros quadrados e é a Matriz Paroquial do concelho.
1.2 – Das quatro freguesias citadinas – S. Sebastião, S. Pedro, S. José e Santa Clara, pela ordem da sua criação – S. Sebastião teve as honras iniciais de sede da primeira freguesia e paróquia de Ponta Delgada. Celebrava-se, então, o culto numa ermida construída mesmo junto ao mar, dedicada ao Santo Mártir S. Sebastião e origem do topónimo da freguesia.
No ano de 1526, esta freguesia de S. Sebastião é a única referida no Livro do Almoxarife.
Devido a um surto de peste, por voto público da Câmara e do Povo, a primitiva ermida de S. Sebastião deu lugar a um grandioso templo, iniciado em 1527, conhecido por “Prioral Matriz, de grandes traves e muito alta” com uma pedraria mármore, encomendada no continente, para os pilares e Pórtico Manuelino.
Em 1545, quando terminou a construção da nova igreja de S. Sebastião, Frei Agostinho de Mont´Alverne, nas suas “Crónicas da Província de S. João Evangelista das Ilhas dos Açores”, refere já a existência de 900 fogos e 3090 almas de confissão.
Em 1950, a freguesia de S. Sebastião atingiu o seu máximo populacional: 5881 habitantes.
A festa religiosa da freguesia, em honra do seu padroeiro, realiza-se, todos os anos, a 20 de Janeiro.
A freguesia de S. Sebastião, como todas as terras, também tem os seus filhos ilustres, figuras que, ao longo da história, se destacaram culturalmente e, por isso, merecem uma referência especial.
Gaspar Frutuoso, nascido em 1522, foi, sem dúvida, a primeira grande figura que ficou para a História dos Açores. De facto, o padre Gaspar Frutuoso foi, para além de estudioso e investigador erudito, um cronista brilhante que soube descrever, como ninguém mais, a história do povoamento destas ilhas. “Saudades da Terra” é o nome da sua obra, constituída por seis livros. Faleceu aos 69 anos, deixando uma biblioteca com cerca de 400 volumes.
Antero de Quental, nascido a 18 de Abril de 1842, foi outro grande vulto desta terra que se notabilizou, de uma forma genial, no campo da literatura e do pensamento. Sofrendo, desde 1874, de psicose maníaco-depressiva, acabou por se suicidar, em 11de Setembro de 1891. Os seus “Sonetos”, recheados de imensa dimensão filosófica, são considerados os mais belos da Língua Portuguesa. Antero de Quental, para além de iminente poeta, foi também um grande pensador, revolucionário de mentalidades elitistas e acérrimo defensor das classes trabalhadoras.
Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro, nascido em 1849, doutorou-se em Direito, em Coimbra, dedicando-se, durante anos, a uma brilhante carreira no domínio da jurisprudência. Excelente orador, Hintze Ribeiro fez também uma brilhante carreira política. Sobraçou a pasta das Obras Públicas, Comércio e Indústria, de Março de 1881 a Outubro de 1883; Fazenda, de Outubro de 1883 a Fevereiro de 1886, e Negócios Estrangeiros, em 1890. Depois do magnífico trabalho ministerial, ascendeu a Chefe do Governo tendo desempenhado estas funções, entre 1893 e 1897, 1900 1904 e entre Março e Maio de 1906. Hintze Ribeiro faleceu em 1907 com apenas 58 anos de idade. A Câmara Municipal de Ponta Delgada, em homenagem a tão ilustre filho desta terra, atribuiu o seu nome à rua onde nasceu, na freguesia de S. Sebastião.
3.1 – Sectores:
Pela sua antiguidade e localização, a freguesia de S. Sebastião constitui o centro histórico e comercial de Ponta Delgada, cidade onde se integra. Nela, pois, há apenas um sector económico: o terciário. Dele fazem parte os serviços de entidades oficiais (Presidência do Governo, Secretaria Regional da Economia, Secretaria Regional da Ciência Tecnologia e Equipamentos, Delegação da Assembleia Regional dos Açores e Câmara Municipal de Ponta Delgada); Cartório e Registo Notarial bem como RDP/RTP, privadas (Autoviação Micaelense, Lda, jornais Açoriano Oriental e ainda tipografias, Insular Lda e Micaelense, Lda); e comércio de toda a ordem: alimentação e vestuário; artes decorativas e ourivesaria; farmácias, materiais de construção e imóveis; férias e viagens; etc, também contamos na nossa Freguesia com a Empresa Aérea Regional SATA.
Estes serviços e actividades comerciais contribuem grandemente para o desenvolvimento e riqueza da ilha e da cidade, equilíbrio do orçamento familiar de muitas pessoas que, muitas vezes, de bem longe, aqui, vêm trabalhar todos os dias. São estes serviços e actividades que dão vida e beleza a esta freguesia de S. Sebastião, transformando-a e, até, rejuvenescendo-a, em cada dia que passa.
Polícia Municipal – com sede na Rua Manuel da Ponte.
Polícia de Segurança Pública – Com sede na Rua da Alfândega e aquartelamento na Rua de S. Joaquim.
3.2 – Acção Social
3.2.1 – Albergue Distrital de Ponta Delgada ( Lar da Levada )
Caminho da Levada, 25 – Telefone 296 653 866
Foi criado pelo Dec. N.º 30389 de 20 de Abril de 1940 e começou a funcionar a 3 de Abril de 1942, na mesma casa onde se encontra hoje, dirigido pela Polícia de Segurança Pública de então. Após o “25 de Abril de 1974”, foi transformado em “Lar de Terceira Idade” sob a tutela da Segurança Social e, em 1998, foi entregue à Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada, sob cuja tutela se encontra.
3.2.2 – Instituto Margarida de Chaves
Rua Margarida de Chaves, 30 – Telefone 296 302 100
Nesta “Casa” há sempre um pedaço de pão para matar a fome e um espaço onde se possa pernoitar.
O Instituto Margarida de Chaves é, presentemente, o resultado da fusão da “Cozinha Económica Micaelense”, fundada em 1 de Dezembro de 1901, por alguns benfeitores desta Ilha; do “Asilo Nocturno de Ponta Delgada”, criado em 1 de Agosto de 1886, segundo disposição testamentária de D. Margarida de Chaves; e ainda da “Fundação Rouparia Lima Fernandes”, conforme testamento de D. Isabel Lima Fernandes.
Este Instituto é uma associação particular de solidariedade social que tem como objectivos:
3.2.3 – Patronato de S. Miguel
Serviços Administrativos
Rua da Boa Vista – Telefone 296 305 640
O “Patronato de S. Miguel” é uma instituição de solidariedade social que teve como Associação fundadora “O Século XX” – Associação de Caridade Promotora da Instrução. A origem de tão estanho nome está no facto desta associação ter tido a sua sessão inaugural no dia 1 de Janeiro de 1901. A primeira pedra desta casa de educação foi assente pela Rainha de Portugal, Senhora D. Amélia, no dia 11 de Julho de 1901.
O nome “Patronato de S. Miguel” só surgiu em 1941, por ordem emanada pelo Governo Civil de Ponta Delgada. Os seus estatutos foram aprovados a 23 de Junho de 1941 e marcados pela fusão de três instituições: “Associação de Beneficência das Filhas do Sagrado Coração de Maria para instrução e educação das crianças do sexo feminino” (1882); “Associação Promotora da Instrução – O Século XX” (1901); “Liga de Acção Católica Feminina” (1933).
Em 1946, segundo o historiador Dr. Urbano de Mendonça Dias, o Patronato de S. Miguel era “uma moderna instituição de assistência”. Hoje, está sob a tutela da Segurança Social e tem três Lares para crianças; dois masculinos e um feminino; e dois jardins-de-infância, todos em Ponta Delgada. Na área desta freguesia, tem apenas um lar masculino situado na Rua da Boa Vista, 35 – Telefone 296 305 640
3.2.4 – Centro de Bem-Estar Social João XXIII
Rua do Contador, 73 e Rua Manuel da Ponte, 36
Telefone – 296 285 183 e 296 285 729
O Centro de Bem-Estar Social João XXIII é uma instituição particular de solidariedade social, criada por iniciativa da Fábrica da Igreja e erecta, canonicamente, por decreto do Bispo da Diocese de Angra. Tem a sua sede nesta freguesia. Propõe-se contribuir para a promoção integral de todos os paroquianos, coadjuvando nos serviços públicos competentes e/ou nas instituições particulares, num espírito de solidariedade humana, cristã e social.
Tem este centro dois pólos: um, a funcionar na Rua do Contador, 73, com as valências de Infantário, Jardim-de-infância e Atelier de Tempos Livres (ATL) “Os Traquinas”.
3.2.5 – Conferência Vicentina Feminina Rainha Santa Isabel
Centro Paroquial da Matriz de S. Sebastião
Telefone – 296 285 183
3.2.6 – Conferência Vicentina Masculina de S. Sebastião
Centro Paroquial da Matriz de S. Sebastião
Telefone – 296 285 183
Nota: Estas duas conferências mantêm a sua actividade assistencial graças à generosidade de muitas pessoas, entidades privadas e, ainda, uma colecta semanal feita na Matriz de S. Sebastião, às sextas-feiras.
3.3 – Saúde
2 – Laboratório de Análises Clínicas
Maria Teresa Forjaz Sampaio, Lda
3 – Centro Médico da Associação de Socorros Mútuos
4 – Centro de Recuperação e Medicina Desportiva e Traumatologia
8.1. Dr. Carlos Estrela
8.2. Carlos Barbosa – Massagista
6 – Laboratório Prótese Dentária Leal
3.4 – Ensino
3.4.1 – E/B JI de Matriz-S. Sebastião
Rua de José do Canto, 19 – Telefone 296 625 065
3.4.5 – Escola de Formação Profissional da Câmara de Comércio de Ponta
Delgada (Pólo de Ponta Delgada)
Rua dos Mercadores, 76 – Telefone 296 287 307
3.4.6- Escola Profissional – APRODAZ
Com dois núcleos educacionais sendo um situado na Rua Dr. Bruno Tavares Carreiro.
4.1 – Associações
4.1.1 – Instituto Cultura de Ponta Delgada (Casa Armando Cortes Rodrigues)
Rua José Maria Raposo Amaral -Telefone – Não tem
Data da fundação: 4 de Dezembro de 1943
Foi criada por sugestão do Governador do Distrito Autónomo de Ponta Delgada, Capitão Sérgio Vieira. Os seus estatutos foram aprovados em 4 de Dezembro de 1943.
Impunha-se à tradição literária de S. Miguel a organização de uma associação que congregasse todos os trabalhadores do espírito e lhes criasse, com o aparecimento de uma revista, o estímulo de mais trabalho, arquivando e divulgando produções que poderiam ficar ignoradas ou esquecidas, e abrindo, pela possibilidade publicação, um novo interesse às investigações históricas, etnográficas, científicas, artísticas e literárias, defendendo e valorizando o nosso património tradicional. Esta ideia mereceu o acolhimento da Comissão Executiva da Junta Geral de então, à qual o Instituto ficou a dever a possibilidade material da sua existência.
O Instituto Cultural de Ponta Delgada é, hoje, uma instituição patrocinada e subsidiada pela Secretaria Regional da Educação e Cultura com sede em Ponta Delgada, nesta freguesia de S. Sebastião. O actual Presidente da Direcção deste Instituto é o Dr. Henrique d’Aguiar Rodrigues a Insulana é o órgão do Instituto.
Foram sócios fundadores: Dr. Humberto Bettencourt de Medeiros e Câmara, Rodrigo Rodrigues, Dr. Lúcio Agnelo Casimiro, Dr. Armando Cortes-Rodrigues, Dr. Francisco Carreiro da Costa, D. Alice Moderno, D. Maria das Mercês do Canto Cardoso, João de Simas, D. Maria Amélia de Mendonça Machado Rebelo Arruda, Dr. João Cândido Teixeira, Dr. Francisco Bettencourt de Medeiros e Câmara, José Jacinto Rocha do Couto, Dr. Augusto Botelho de Simas, Dr. Jeremias da Costa, Dr. João Bernardo de Oliveira Rodrigues, José Maria Camilo de Melo, Dr. Félix D’Abreu Sotto-Mayor, Padre José Gomes, Padre José Raposo Pombeiro de Menezes, Dr. Martim Machado Faria e Maia, Dr. Rui Galvão de Carvalho, Teotónio da Silveira Moniz, João da Silva Júnior, Dr. Fernando Raposo de Medeiros, Dr. Hermano Alcântara de Mendonça Dias, Dr. Luís Bernardo Leite Ataíde, D. Maria Luísa Vasconcelos Soares de Albergaria de Ataíde, Padre Serafim de Chaves, Dr. Manuel Monteiro Velho Arruda, Dr. José Bruno Tavares Carreiro, Dr. Alberto Carlos Paula de Oliveira, Dr. Carlos da Silva Resende Carreiro, Dr. António Câmara, Dr. Francisco Ataíde Machado de Faria e Maia, Dr. António Gaspar Read Henriques, Dr. Aníbal Cybron Barbosa, Diogo Ivens Tavares, Aníbal de Bettencourt B. Bicudo e Castro, Dr. João Hickling Anglin, D. Maria Isabel da Câmara Quental, Dr. António Silveira Vicente, Dr. Manuel da Silva Carreiro, Dr. António Alcântara de Mendonça Dias, Dr. José de Medeiros Tavares, Dr. Francisco X. Vaz Pacheco de Castro, Rolando de Viveiros, Dr. Artur Morais de Bettencourt, Dr. António de Medeiros Franco, Dr. Urbano de Mendonça Dias e Padre José Jacinto Botelho.
Toda a correspondência deve ser endereçada para: Instituto Cultural de Ponta Delgada – Apartado 1405 9500 Ponta Delgada – Açores.
4.1.2 – Associação de Socorros Mútuos
Rua Machado dos Santos, 20/26
Telefone: 296 201 890
Data da Fundação: 6 de Janeiro de 1867
É uma instituição de solidariedade social que, pela quotização dos respectivos associados, prossegue no interesse destes e dos seus familiares no campo médico e medicamentoso, objectivos de auxílio recíprocos. Tem um número limitado de sócios, capital indeterminado e duração indefinida, sendo o seu campo de acção a Ilha de S. Miguel.
Os seus estatutos foram aprovados em 1984.
4.1.3 – Sociedade Micaelense Protectora dos Animais
Rua de S. João, 33 – 1º / Telefone 967941237
Data da Fundação – 1911
Sócios Fundadores: Alfredo da Câmara, Alice Moderno, Francisco Soares Silva, Maria Evelina de Sousa, Joviano Lopes
4.1.4 – ACRA (Associação dos Consumidores da Região Açores)
Rua de S. João, 33-1º – Telefone 296 629 726
Data de fundação: 19 de Julho de 1988
4.1.5 – UMAR (Movimento de Emancipação Social das Mulheres
Portuguesas)
Delegação Regional dos Açores
Rua de S. João, 33-A/2º – Telefone 296 283 221
Data de fundação – 1994
4.1.6 – INATEL (Instituto Nacional para Aproveitamento dos Tempos
Livres dos Trabalhadores – Antiga FNAT)
Sub Delegação de Ponta Delgada
Rua do Contador, 73 A – Telefone 296 284 684
Data de fundação: 1936
4.1.7 – Clube União Micaelense
Rua dos Mercadores, 97 – Telefone 296 284 168
Data de fundação: 1911
É o clube desportivo mais antigo dos açores, depois do Faial Sport Club, da Ilha do Faial.
4.1.8 – Centro de Bridge de S. Miguel
Rua Comandante Jaime Pacheco
Data da fundação: 7 de Novembro de 1979
Este “Centro de Bridge” tem como único objectivo promover a prática e divulgação do bridge, nos Açores.
Todas as semanas, às 3ª-feiras à noite realiza-se um torneio de bridge, na sede do “Centro”.
O 6º Festival Internacional de Bridge foi realizado em ponta Delgada. Nesta cidade, foi também realizada a final da taça de Portugal, ganha por este “Centro”.
Sócios fundadores: Alberto Pereira Soares Ferreira, Alceu Cabide Silva Carneiro, Álvaro Cordeiro Dâmaso, António da Câmara Homem de Noronha, António Damião de Medeiros Melo, António Joaquim Arruda, António Manuel da Câmara e Barbosa, António Manuel Sousa Melo Rego, António Maria Velho Pacheco de Medeiros, Aristides Chaves Peixoto, Carlos Eduardo Cordeiro Decq Mota, Carlos Miguel Farias de Sampaio Rilley, Dionísio Pereira Leite, Fernando Henrique Goyanes Machado, Fernando Weitzenbauer Goyanes Machado, Gualter Cordeiro Dâmaso, Horácio Medeiros Franco, João Luís Melo Mendonça, João Manuel Jácome dos Santos, João Norberto Cabral de Abreu, Joaquim Albarran Gomes, Joaquim Pedro Marques Paz, Margarida Marque Paz, Jordão Manuel Raposo Cabral, Jorge Weitzenbauer Goyanes Machado, José Borges de Sousa, José Manuel Falcão de Sousa Leitão, José Rosa Melo Bento, José Victor Menezes de Sousa, Luís Filipe Pinto Basto Bensaúde, Luís Filipe Vieira Bastos, Luís Manuel Cardoso Vaz de Medeiros, Luís Octávio dos Reis Índio, Manuel Bessa R. d’Azevedo, Manuel Soares Ferreira, Mário Goyanes Machado, Mário San-Bento Menezes, Nuno Miguel P. Marques Paz, Porfírio Pereira da Silva, Raul de Castro Soromenho Mendonça, Romana Maria Medeiros, Roy Thomas Weakley, Valdemar de Lima Oliveira, Valeriano Jacinto Pereira Travassos, Vicente de Chaves Cymbron Borges de Sousa e Virgílio Manuel Cordeiro Dâmaso.
4.1.9 – Clube Micaelense
Largo da Matriz – Telefone 296 284 170
Data da fundação: 14 de Janeiro de 1857
Sócios fundadores: Foram duzentos e um dos quais se destacam, por ordem alfabética, os seguintes nomes: Abraão Bensaúde, Dr. Adriano António Rodrigues Azevedo, Dr. Álvaro Pereira Bettencourt Lopes, Amâncio Gago da Câmara – Barão de Fonte Bela, Dr. André António Avelino, Padre António Egídio Sousa, Padre António Francisco Resendes, Dr. António Joaquim Nunes Vasconcelos, Dr. António Rodrigues Vaz, Baltazar Rebelo Borges Castro – Visconde de Santa Catarina, António Manuel Medeiros Costa Canto Albuquerque – Visconde das Laranjeiras, Dr. Carlos Augusto Schiapa Pietra, Padre César Augusto Ferreira Cabide, Dr. Ernesto Canto, Dr. Eusébio Dias Poças Falcão, Dr. Félix Borges Medeiros, Dr. Francisco Andrade Albuquerque, Dr. Francisco Leite Pacheco Bettencourt, D. Francisco Manuel Melo Câmara, Dr. Francisco Manuel Raposo Bicudo Correia, Dr. Francisco Moniz Barreto Júnior, Padre Francisco Moniz Pereira, Dr. Francisco Paula Oliveira, Dr. Francisco Silva Cabral, Dr. Henrique Pereira Paula Medeiros, Jacinto Fernandes Gil – Visconde do Porto Formoso, Dr. Jacinto Soares Albergaria, Dr. Jacinto Teves Adam, Jacob Bensaúde, Dr. João Bettencourt Andrade, Padre João Crisóstomo Bettencourt, Dr. João Inácio Simas Cunha, Dr. João José Silva Loureiro, Dr. João Soares Albergaria, Dr. Joaquim António Mata Siva, Dr. Joaquim Tomáz Oliveira, José Bensaúde, Dr. José Ferraz Tavares Pontes, Dr. José Inácio Machado Faria Maia Júnior, Dr. José Maria Tavares Ferreira, José Maria Raposo Amaral, Padre José de Medeiros Sousa, Dr. José Pereira Botelho, Padre José Ulisses Normandia, Padre Luís Francisco Cordeiro, Luís Quintino Aguiar, Padre Manuel Joaquim Fernandes, Dr. Manuel Pereira Soares, Salomão Bensaúde, Dr. Veríssimo Aguiar Cabral e Duarte Borges Câmara Medeiros – Visconde da Praia e Monforte.
Este clube resultou da fusão da Assembleia Recreativa de Ponta Delgada, fundada em 1836, e o clube de Ponta Delgada, dela dissidente, sob a denominação de Clube Micaelense.
Como, facilmente, se depreende pelos nomes de alguns dos seus duzentos e um sócios fundadores, acima transcritos, e, posteriormente, por muitos dos admitidos, o Clube Micaelense congregou, sempre a elite de Ponta Delgada e da Ilha de S. Miguel. Recorda-se, por exemplo, um dos seus mais ilustres associados: o Dr. Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro que, durante vários anos, foi chefe do Governo de Portugal.
Deste clube, em 1863, escrevia-se que, “ da essência do seu programa-instrução e recreio-se firma mais vivamente na faceta recreativa, porque são inúmeros os bailes, reuniões (…)”.
A propósito, digno de registo ficou para sempre o sumptuoso baile, em honra de suas Majestades El. Rei D. Carlos e sua Augusta Esposa, a Senhora D. Amélia. Foi a maior realização, na longa vida social do Clube Micaelense!
Nessa ocasião, transformada a sua sede pelas obras e decoração de que fora objecto, emprestaram-lhe sumptuosidade, vida e animação “as 250 senhoras, trajando ricos vestidos constelados de preciosas jóias, a púrpura do prelado, as togas dos magistrados, sumptuosas fardas vestidas pelos dignitários da Corte, generais, almirantes, elevadas patentes do Exército e da Armada, a ressaltar na sobriedade elegante das protocolares casacas negras, da demais assistência marcada de distinção “ que, quais sóis, à volta do Astro – Rei girando, fizeram daquele dia um marco histórico na vida do Clube Micaelense.”
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Os anos passaram!… Na poeira dos tempos e esquecimento dos homens, parece que tudo se esvaiu!… Mas não! Os que, hoje, asseguraram a continuidade deste clube têm o mesmo entusiasmo, vigor e dignidade dos que os procederam! A chama dos seus ideais está viva! E não se apagará!
Ainda hoje, os tradicionais “ Bailes de Carnaval” do Clube Micaelense são expressão requintada do dinamismo, bom gosto e finura dos seus associados.
4.1.10 – Ateneu Comercial
Rua António Joaquim Nunes da Silva, 7
Telefone: 296 284 474
Data da fundação: 3 de Março de 1906
Este “Ateneu Comercial” tem sido o ponto de encontro e diversão da classe média de S. Miguel. São famosos os seus tradicionais Bailes de Carnaval que, todos os anos, se realizam
4.2 – Alojamento
4.2.1 – Hotel Avenida ****
Rua Dr. José Bruno Tavares Carreiro
Telefone 96 209 660 – Fax 296 209 668
Capacidade: 80 Quarto – 160 camas
4.2.2 – Hotel do Colégio ****
Rua Carvalho Araújo, 39
Telefone 296 306 500 – Fax 296 306 606
Capacidade: 55 quartos – 88 camas (66 ind. + 22 casal)
4.2.3 – S. Miguel Park Hotel ***
Rua Manuel Augusto Amaral
Telefone 296 306 000 – Fax 296 306 015
Capacidade: 163 quartos –333 camas
4.2.4 – Hotel Canadiano ***
Rua do Contador, 24A
Telefone 296 287 421 – Fax 296 629 436
Capacidade: 50 quartos – 100 camas
4.2.5 – Residencial Alcides – 1ª
Rua Hintze Ribeiro, 67
Telefone 296 282 677 – Fax 296 629 885
Capacidade: 26 quartos – 28 camas
4.2.6 – Residencial S. Miguel
Rua Dr. Bruno Tavares Carreiro
Telefone 296 289 086 – Fax 296 285 245
Capacidade: 20 quartos – 40 camas
4.2.7 – Hotel Casa Jardim
Rua José do Canto, 9
Telefone 296 650 310 – Fax 296 650 319
Capacidade: 14 quartos – 28 camas
4.2.8 – Residencial Sete Cidades
Rua do Contador, 20
Telefone 296 287 344/6 – Fax 296 283 755
Capacidade: 3 quartos – 68 camas
4.2.9 – Residencial “Roma” **
Rua do Melo, 53 – 2º
Telefone 296 285 074
Capacidade: 7 quartos – 7 camas
4.2.10 – Residencial “A Comercial”
Rua Machado dos Santos, 73
Telefone 296 282 987
Capacidade: 8 quartos – 16 camas
4.3 – Restauração
4.3.1 – Restaurante “Alcides”
Rua Hintze Ribeiro, 67/71 – Telefone 296 282 677
4.3.2 – Restaurante “Arriba”
Rua do Melo, 76 – Telefone 296 283 669
4.3.3 – Restaurante “Cantinho dos Anjos”
Rua Hintze Ribeiro, 79/83 – Telefone 296 287 256
4.3.4 – Restaurante Nacional
Rua Açoriano Oriental, 18 – Telefone 296 629 949/282 807
4.3.5 – Restaurante “O Roberto”
Avenida Infante D. Henrique, 14 – Telefone 296 283 769
4.3.6 – Restaurante “O Corisco”
Rua Manuel da Ponte, 28 – Telefone 296 284 444
4.3.7 – Restaurante “O Museu”
Rua Dr. Guilherme Poças Falcão, 67 – Telefone 296 285 499
4.3.8 – Restaurante “Aliança”
Rua do Açoriano Oriental, 19/23 – Telefone 296 284 095
4.3.9 – Restaurante do Hotel Avenida”
Rua DR. José Bruno Tavares Carreiro – Telefone 296 209 669
4.3.10 – Restaurante do “S. Miguel Park Hotel”
Rua Manuel Augusto Amaral – Telefone 296 306 000
4.3.11 – Restaurante Adega Regional
Rua do Melo, 70/2 – Telefone 296 284 740
4.3.12 – Casa de Pasto “O Avião”
Rua Comandante Jaime de Sousa, 14 – Telefone 296 285 740
4.3.13 – Café Clipper
Rua Machado dos Santos, 28 – Telefone 296 283 940
4.3.14 – Café Royal, o mais antigo da cidade
Fundado em 21 de Janeiro de 1926
Rua da Alfândega, 46 – Telefone 296 284 176
4.3.15 – Café Sport
Rua da Arquinha, 28 – Telefone 296 654 424
4.3.16 – Café Espírito Santo
Rua da Arquinha, 15 – Telefone 296 652 366
4.3.17 – Café S. João
Rua de S. João, 3 – Telefone 296 628 591
4.3.18 – Café Mascote
Lado Sul da Matriz, 64 – Telefone 296 283 285
4.3.19 – Café “Hora do Café”
Rua Machado dos Santos, 102 – Telefone
4.3.20 – Café “Varandas Avenida”
Rua de Santa Luzia, 28 – Telefone 296 284 156
4.3.21 – Café “Cantinho dos Anjos” (Bar / Snack Bar)
Rua Hintze Ribeiro, 79/83 – Telefone 296 287 256
4.3.22 – Café-Pizzaria
Rua Manuel da Ponte, 41 – Telefone 296 284 150
4.3.23 – Café Caziff
Rua Dr. Guilherme Poças Falcão, 10 – Telefone 296 282 183
4.3.24 – Snack-Bar “Água na Boca”
Rua do Aljube, 11 – Telefone 296 282 334
4.3.25 – Casa da Rosa
Rua Hintze Ribeiro, 55/59 – Telefone 296 653 922
4.3.26 – Café Snack-Bar Central
Largo da Matriz, 15 – Telefone 296 282 882
4.3.27 – Snack-Bar Portas da Cidade
Largo Sul da Matriz, 65/66 – Telefone 296 283 873
4.3.28 – Snack-Bar – Chaves
Caminho da Levada, 50A – Telefone 296 652 581
4.3.29– Snack-Bar de S. Gonçalo
Rua de S. Gonçalo – Telefone 296 653 864
4.3.30 – Snack-Bar “A Comercial”
Rua Machado dos Santos, 73 – Telefone 296 282 987
4.3.31 – Snack-Bar Trianon
Rua António José d’Almeida, 7/9 – Telefone 296 283 734
4.3.32 – Snack-Bar “Barriga Cheia”
Rua dos Mercadores, 27 – Telefone 296 281 609
4.3.33 – Snack-Bar “Clube União Micaelense”
Rua dos Mercadores, 93/95 – Telefone 296 284 168
4.3.34 – Snack-Bar “Golfinho”
Travessa Santa Margarida de Chaves, 7 – telefone 296 282 595
4.3.35 – Snack-Bar “2B”
Rua Conselheiro Luís Bettencourt, 2B – Telefone 296 281 505
4.3.36 – Snack-Bar Jordão
Rua Hintze Ribeiro, 17/19 – Telefone – 296 629656
4.3.37 – Snack-Bar Cervejaria Pérola
Rua João Moreira, 17 – Telefone 296 283 798
4.3.38- Snack – Bar – Paposeco
Rua Manuel da Ponte, 17 – Telefone 296 282 808
4.3.39 – Snack – Bar Café Néné
Caminho da Levada
4.5.1 – Jardim e Palácio de Sant’Ana
Tanto um como o outro datam do século XIX, famoso ciclo de ouro para a economia dos Açores, graças à cultura e exportação da laranja para a Grã-Bretanha.
No jardim, distinguem-se várias espécies botânicas exóticas, sobressaindo, entre elas, uma “Árvore de Natal da Nova Zelândia” – metrosiderus excelsa – que mais parece uma mini floresta virgem, tal é a sua volumetria, o emaranhado dos seus ramos e a profusão de suas raízes aéreas.
No Palácio, hoje Presidência do Governo, cuja planta foi encomendada em Paris, é de realçar a beleza da sua fachada e a riqueza da obra de talha do mobiliário da respectiva sala de jantar. De salientar é também a colecção de telas sobre a visita régia de 1901, do pintor lisbonense Ernesto Ferreira Condeixa.
Este conjunto – Palácio e Jardim – foi adquirido à Marquesa de Jácome Correia pelo Governo Regional dos Açores, em 1977, pela simbólica importância de 16000 contos.
4.5.2 – Jardim de José do Canto
José do Canto, que foi simultaneamente botânico, político, bibliófilo, benemérito e, ainda, defensor acérrimo do desenvolvimento da agricultura em S. Miguel, foi um autêntico criador de beleza e riqueza. Distinguiu-se pela introdução e aclimatação de novas espécies, em S. Miguel, plantando, em 1846, este jardim que ele próprio delineou e que, no seu tempo, foi considerado o mais rico jardim privado, na Europa, em espécies botânicas. Na verdade, o Jardim de José do Canto, é uma das jóias do nosso património botânico local. Este jardim, com outros dois – o de Sant’Ana e o de António Borges – foram sempre considerados os mais ricos e belos de Ponta Delgada, cuja maior atracção turística, no século XIX, eram, precisamente, os seus jardins.
4.5.3 – Igreja Matriz de S. Sebastião
Foi construída na primeira metade do século XVI, no local da primitiva ermida de São Sebastião, padroeiro da cidade. A sua estrutura quinhentista mal se entrevê no meio de tantos acrescentos e mutilações, principalmente, as que ocorreram no século XIX. No exterior, são dignos de menção o portal central da fachada, em estilo manuelino, e o do lado sul, ambos em pedra de lioz. No interior, são também dignos de nota os tectos da capela mor e laterais, imagens do século XVII e XVIII e, na sacristia, azulejos e mobiliário em jacarandá.
Anexo, funciona um pequeno museu de arte sacra onde, entre várias esculturas de madeira e marfim, peças de ourivesaria e paramentos, se pode observar parte de um conjunto de paramentos que pertenceram a Grandison, bispo de Exeter – Grã-Bretanha – século XIV.
4.5.4 – Igreja de Todos os Santos ou do “Colégio” dos Jesuítas
Iniciada pelos Jesuítas, ainda no século XVI, foi, no decurso dos tempos, sofrendo várias alterações, nomeadamente, na fachada. A majestosa fachada barroca que, agora, apresenta foi iniciada em 1738, mas nunca concluída, devido à sua expulsão de Portugal, no tempo do Marquês de Pombal. Conforme o estilo jesuítico da Contra-Reforma, é uma igreja-salão cuja nave única é, na parte inferior, revestida de azulejos, exibindo, ao fundo, no altar-mor, o mais imponente dos retábulos barrocos açorianos. Este retábulo é, na verdade, uma verdadeira apoteose do barroco, entre nós. Nesta igreja, pregou o insigne orador Padre António Vieira, em 15 de Outubro de 1654. Actualmente é uma valência do Museu Carlos Machado.
4.5.5 – Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada
Desde 2001 que estão a funcionar no antigo Colégio dos Jesuítas que, para o efeito, foi objecto de grandes obras de recuperação, restauro e adaptação.
Fundada a biblioteca em 1841, é hoje considerada uma das mais importantes, a nível nacional, pela riqueza e diversidade dos fundos e colecções que possui. Neste particular, salientam-se os Fundos de José do Canto, Ernesto do Canto e Eugénio do Canto, a Livraria e espólio Teófilo de Braga, a de Antero de Quental e a Anteriana do Dr. José Bruno Tavares Carreiro.
Na área do Arquivo, possui conjuntos documentais de grande interesse, provenientes de instituições eclesiásticas, notariais e judiciais; de arquivos de famílias, por exemplo, Praia e Monforte, Hintze Ribeiro e, ainda, de empresas de que se destaca a Companhia de Navegação Carregadores Açorianos.
4.5.6 – Convento de Santo André e Museu Carlos Machado
O Convento de Santo André, primeiro padroeiro de Ponta Delgada, é onde se encontra o Museu Carlos Machado, desde 1934.
A história deste imóvel data do século XVI. Foi o segundo Convento de Clarissas a ser eregido, em Ponta Delgada, depois do de Nossa Senhora da Esperança. É um dos belos exemplares de arquitectura conventual, não obstante as várias alterações de que foi objecto até à sua adaptação a museu, em 1930. Na igreja anexa, de magnífica fachada decorada de pedra vulcânica, ao gosto dos século XVII e XVIII, sobressaem as janelas setecentistas. O seu interior é de uma só nave e tecto abobadado com pinturas a fresco, executadas em 1820. Desta época, são também os altares e o púlpito, de talha dourada.
A criação do Museu Carlos Machado é reflexo da mentalidade científica do Século XIX. As primeiras colecções foram reunidas por Carlos Maria Gomes Machado, Reitor do Liceu Nacional de Ponta Delgada e professor de Introdução à História Natural. O “Museu Açoriano”, como foi designado, inicialmente, foi inaugurado em 1880 e, a partir de 1914, em homenagem ao seu fundador, passou a chamar-se “Museu Carlos Machado”. De salientar são as suas “Colecções de História Natural” – Zoologia, Botânica, Geologia e Mineralogia – e de arte (núcleos de pintura, escultura e arte sacra) e etnografia. O Museu Carlos Machado possui uma biblioteca que conta já com mais de 6000 volumes, para além de “Periódicos”.
4.5.7 – Recolhimento e Igreja de Santa Bárbara
A Igreja de Santa Bárbara é anterior ao Recolhimento que terá sido instituído em finais da primeira metade do século XVII, início da segunda. Destinava-se a “nele viverem e se recolherem donzelas” e, ainda, “pessoas recolhidas e professas”. No interior da igreja, para além da obra de talha, salienta-se a existência de um retábulo policromado, representando o “Trânsito de São José”. Devido à situação política pós-1932 e, ainda, à desamortização dos vínculos, passou o Recolhimento a ser regido por Estatutos aprovados por Alvará do Governo Civil de então. Presentemente encontra-se totalmente recuperado a sua Igreja e o restante edifício encontra-se anexado e ao serviço do Museu Carlos Machado.
4.5.8 – Recolhimento e Ermida de Sant’Ana
Com a desamortização dos bens vinculados, o Recolhimento terminou a função para que fora instituído, deixando, assim, de ter onde vivessem e com que se sustentassem muitas desprotegidas da fortuna, parentas dos instituidores.
Na Ermida do século XVII, podem ver-se as valiosas imagens de Sant’ana e de Santa Quitéria.
4.5.9 – Sinagoga
Situada na Rua do Brum, 16, é um marco histórico da presença judaica em Ponta Delgada, caracterizador da sua memória e património cultural que muito valoriza e até, singulariza. O edifício foi adquirido a 21 de Dezembro de 1836, por decisão conjunta de Abraão, Elias e Salomão Bensaúde, Isaac Zafrany, Fortunato Abecassis e José Azulay. Depois de obras de beneficiação, as quais foram levadas a efeito pela Câmara Municipal de Ponta Delgada. Neste momento, a Sinagoga está transformada em museu.
4.5.10 – Portas da Cidade
Foram construídas em 1783 e constituem um verdadeiro ex-libris da cidade. Sob o seu arco central, entraram, em Ponta Delgada, reis, presidentes da república e altas individualidades: D. Pedro IV e D. Carlos I, de Portugal; os Generais António Óscar Fragoso Carmona, Craveiro Lopes e Ramalho Eanes; o Príncipe Alberto de Mónaco…
4.5.11 – Os Paços do Concelho
Interessante edifício e belo exemplar de estilo arquitectónico micaelense com suas janelas de avental, frisos de pirâmides quadrangulares, em rosário, urnas… Na facha da principal, escadaria monumental, de acesso ao edifício. A sua torre sineira é de 1724. No interior, guarda-se um sino do século XVI, oferta de D. João III, rei que, em 2 de Abril de 1546, “por motu próprio”, elevou Ponta Delgada à categoria da cidade. Durante muito tempo, aquele sino regulou a vida da gente da cidade e anunciou o recolher obrigatório dos considerados marginais: judeus e mouros.
4.5.12 – Ermida de S. Brás
Data do século XVI, tendo sido construída, inicialmente, no local onde hoje se encontra o forte do mesmo nome: o Forte de S. Brás. Devido à construção deste forte, ao qual deu o seu nome, foi transferida, em 1584, para o lugar onde se encontra – Rua Machado dos Santos. Por nela existir um altar dedicado a Santa Luzia, objecto de muita devoção da nossa gente, é também conhecida por Ermida de Santa Luzia.
4.5.13 – Casa Museu Dr. Armando Cortes Rodrigues
O Dr. Armando Cortes Rodrigues – escritor, poeta, etnógrafo e professor – foi, durante toda a sua vida, um incansável perscrutador da vida e da alma da gente açoriana. Após a sua morte, impunha-se, portanto, a preservação de todo o seu espólio literário e etnográfico. Foi isto que, em boa hora, fez a Secretaria Regional da Educação para tudo colocar ao alcance de todos. E, assim, surgiu a Casa Museu Dr. Aramando Cortes Rodrigues na Rua José Maria Raposo Amaral, actualmente também a funcionar o Instituto Cultural de Ponta Delgada.
4.5.14 – Casas brasonadas
4.5.15 – Casa de residência da Rua do Contador, 6
É um belo exemplar da arquitectura regional do século XVIII, rico e imponente pelo lavra que apresenta e de que merecem especial referência as suas colunas salomónicas.
4.5.16 – Casa de residência da Avenida Gaspar Frutuoso, 9
É um belo exemplar do “Art Déco” dos anos quarenta, do século passado. Foi construída pelo Eng. Manuel António Vasconcelos que, no mesmo estilo, edificou o Hotel Terra Nostra.
4.5.17 – Casa de residência da Avenida Gaspar Frutuoso, 1
A construção desta casa, da autoria de Raul Lino, é uma clara manifestação de simpatia pelo chamado “estilo português”.
5.1 – Lendas e Crenças Populares
Mais importante que referir uma lenda e/ou crença que não se identifique directa e exclusivamente com esta freguesia, será relatar um facto extraordinário que nela ocorreu e a todos impressionou.
Era o ano de 1673. Em Ponta Delgada grassava uma terrível epidemia. Cada dia morriam mais de 30 pessoas. Andavam todos aterrorizados. Na sua angústia e aflição, os mais distintos homens, de então, invocaram o Divino Espírito Santo, fundaram uma Irmandade e fizeram o Império da Misericórdia a que o povo chamou dos “Nobres”.
O Divino Espírito Santo ouviu as suas preces. De facto, no primeiro Sábado, depois da Páscoa, véspera de Domingo em que se faz a primeira coroação, logo que pelas ruas passou a folia com o seu tambor a rufar, desapareceu a epidemia: ninguém mais adoeceu e os doentes, mesmo os que estavam nos últimos momentos, para admiração e espanto de todos, tomaram novos alentos e melhoraram.
Na Segunda-feira imediata, na Igreja de S. Sebastião, desta freguesia, houve missa cantada e sermão, em acção de graças. A esta celebração assistiu uma pombinha, que na igreja entrara, parte de tempo poisada no púlpito e parte no friso de uma capela, saindo por uma fresta, quando tudo acabou.
Impressionou tanto este facto, todos aqueles que o presenciaram, que o domingo da Pascoela, o Sábado anterior e a Segunda-feira seguinte e até a semana e a festa passaram a chamar-se da Pombinha, denominação que ainda perdura.
5.2 – Festas e Romarias
5.2.1 – Festa de S. Sebastião, padroeiro da freguesia e da cidade, constando, presentemente, apenas a missa solene, no domingo seguinte ao dia 20 de Janeiro. A esta missa assistem as autoridades autárquicas.
5.2.2 – Festa e Procissão de Corpo de Deus que se realiza, todos os anos, segundo o calendário da Igreja Católica.
5.2.3 – Procissões do “Enterro do Senhor” e da “Ressurreição” integradas nas cerimónias da Semana Santa que, todos os anos, se realizam, na Igreja Matriz desta freguesia, são as únicas do tempo quaresmal e pascal.
5.2.4 – Festa de Nossa Senhora da Conceição: é uma celebração tradicional, promovida pelos comerciantes da cidade de Ponta Delgada a qual se realiza, todos os anos, na Igreja Matriz desta freguesia, com muita solenidade, no dia 8 de Dezembro. É sempre precedida de solene movenário.
5.3 – Feiras
Não há
5.4 – Danças e Cantares
Danças e cantares típicos, não os há nesta freguesia. Quer no passado, quer no presente, nos momentos de alegria e/ou festivos, recorreu-se sempre a balhos e canções cuja origem se perde, na poeira dos tempos.
Muitos deles, embora comuns a outras localidades e/ou ilhas – Pézinho, Chamarrita, Bela Aurora, Sapateia, Saudade… – têm interpretações diferentes. Disto, a Saudade, cuja letra a seguir se transcreve, é um exemplo:
A saudade é um luto,
Uma dor, uma aflição;
É um cortinado roxo
Que eu trago no coração.
Ausência tem uma filha,
Que se chama Saudade;
Eu sustento mãe e filha,
Bem contra a minha vontade.
Pus-me a chorar saudades
No portal do meu jardim;
Uma flor me respondeu;
Cala-ta, tudo tem fim.
Ó tirana saudade,
Chega a mim, tira-me a vida;
Aquela que eu mais amava
Já de mim vive esquecida.
Saudades, saudades
Saudades tenho eu,
Quem não terá saudades
De um amor que já foi seu?
A palavra saudade
Quem seria que a inventou?
O primeiro que a disse
Com certeza que chorou.
5.5 – Trajes característicos
Seria fácil descrever o traje característico da mulher e do homem dos meios urbano e/rural de S. Miguel, mas não o é em relação a esta freguesia nem a qualquer outra. Devido à proximidade entre as localidades, tudo se terá difundido e adaptado perdendo a sua “marca de origem”. No passado, a indumentária também contribuiu para a distinção entre as classes sociais pois o que os nobres vestiam não podia ser usado pelo povo. Em S. Miguel, os nobres eram mais comedidos no vestir do que os do continente.
5.6 – Jogos tradicionais
Devido à localização desta freguesia, centro e eixo da cidade de que faz parte, e ainda pela proximidade das localidades entre si, não foi possível encontrar um jogo tradicional que com ela se identificasse única e exclusivamente.
6.1 – Tradição vinícola
Como meio urbano que sempre foi, a freguesia de S. Sebastião não tem qualquer tradição vinícola.
Quanto a licores, existiu até há bem pouco tempo na Rua Dr. Bruno Tavares Carreiro, o fabrico caseiro de licores de ananás, maracujá, amora, leite e… outros para abastecimento do mercado local.
6.2 – Doçaria tradicional
Os doces e sobremesas típicos da Região são muitos e variam de localidade para localidade e conforme a tradição social de cada um. A seguir, apresentamos quatro dos mais típicos, em S. Miguel, e acessíveis a toda a gente.
7.1 – Arroz doce
Cozem-se 500 gramas de arroz em 1,5 litro de leite, com casca de limão. Depois de cozido, adicionam-se 500 gramas de açúcar e seis gemas de ovos, bem batidas, indo novamente ao lume para que cozam. Serve-se frio e polvilhado de canela.
6.3.2 – Tigelada
Juntam-se 500 gramas de açúcar, seis ovos e um litro de leite. Depois de tudo muito bem batido, mete-se numa forma e leva-se ao forno para cozer. Geralmente, serve-se frio e polvilhado de canela.
6.3.3 – Suspiros
Juntam-se ½ Kg de açúcar, 5 claras de ovo e casca de limão. Bate-se tudo muito bem, até “fazer ponto”, isto é, ficar a massa do suspiro tão consistente que seja capaz de aguentar uma colher, nela fincada, sem oscilar.
Fazem-se, então, os suspiros colocando, às filas, num tabuleiro, forrado de papel vegetal, um pouco da respectiva massa, tirada com uma colher. Depois, sobre cada porção de massa de suspiro, já no tabuleiro, põe-se uma nova porção, menor que a anterior, de modo a dar ao suspiro uma forma artística e bela. Finalmente, o tabuleiro vai ao forno, em lume brando.
Nota: No bater dos ingredientes, fazê-lo sempre no mesmo sentido, caso contrário, nunca se atingirá o “ponto”.
6.3.4 – Bolinhos doces
Juntam-se um kilo de açúcar e dezoito ovos dos quais se tiraram nove claras. Bate-se tudo muito bem e, depois, vai-se juntando farinha até que a massa adquira a consistência necessária para com ela se fazerem umas bolinhas, roladas na palma da mão. As bolinhas vão-se colocando num tabuleiro, previamente untado de manteiga e polvilhado de farinha. É aconselhável não juntar muito as bolinhas, no tabuleiro, para não se tocarem, no forno.